Em tempos de absolutas incertezas, muitos líderes e gestores têm se questionado sobre ferramentas que podem ser utilizadas para melhorar a produtividade com o seu time. Tudo é novo, desafiador e requer de nós cuidado e inovação. Diante desse cenário, o objetivo deste artigo é pensarmos sobre confiança: a estratégia fundamental para esse novo modelo de trabalho.
A palavra confiança nunca foi tão utilizada no mundo do trabalho como nos últimos meses.
Talvez agora, muitos líderes e gestores, conseguem entender todo aquele papo sobre: construa relações significativas, pratique a empatia, desenvolva uma relação saudável com sua equipe, seja líder e participe de todos os processos, delegue e acompanhe, se faça presente, atue de maneira diferente, entre outras formas de desenvolver habilidades que eram propostas. E talvez isso faça muita diferença para líderes neste momento.
Quando deixamos de desenvolver essas habilidades, perdemos a oportunidade de criar uma relação de confiança com as pessoas e também a oportunidade de entender a importância da autonomia e confiança nessa relação.
Shakespeare dizia que:
“Leva-se anos para se construir uma relação de confiança e apenas segundos para destruí-la”.
Shakespeare
O que devemos aprender com Shakespeare nesta citação, é que antes dessa possível “destruição” de confiança (algo forte para se acontecer em qualquer ambiente de relacionamentos, sobretudo no ambiente profissional) ela precisa ser construída e desenvolvida.
Vale destacar também que essa construção de confiança é um processo. E não podemos interromper ou acelerar um processo que deve ser construído com zelo, cuidado e atenção.
A falta de confiança é definitivamente improdutiva, pois leva a um desgaste de energia absurda; algo que poderia ser utilizada em outros ambientes dentro do contexto de trabalho.
As pesquisas de clima realizadas nas empresas, normalmente são feitas de maneira quantitativa e não qualitativa. Infelizmente não percebemos um espaço de discussão e construção sendo promovido pelos líderes e gestores; ações tão importantes que fazem total sentido para o desenvolvimento de confiança nessas relações.
A confiança não devolvida, impacta em duas grandes frentes dentre da empresa: no líder e na equipe.
Infelizmente por conta de um despreparo, líderes agora sofrem por não estarem mais perto das pessoas e não conseguirem acompanhar suas ações. Eles não têm mais o relógio a seu favor, para controlar a sua equipe.
Agora só podem confiar nas pessoas ou sofrer pela falta de controle fundamentada em uma confiança que deveria ter sido construída.
Conversei com algumas pessoas durante esses meses e vou trazer aqui duas falas para refletirmos juntos sobre situações e ações que podem ser tomadas por nós, afim de desenvolvermos uma relação de confiança com a nossa equipe.
“Sinto falta de uma relação de confiança mais assertiva que poderíamos ter construído. No dia a dia, o fato de estarmos muito perto uns dos outros, nos dava a falsa sensação que aqui no meu setor, as pessoas tinham uma relação de confiança”, citação de uma gestora cuja a identidade será preservada.
Nesta fala, percebemos a pseudo sensação de confiança que existe dentro das empresas em relação ao trabalho presencial. Nota-se aqui que confiança não tem relação com o presenteísmo dentro das empresas e sim com a qualidade da construção de um contato mais próximo, mais produtivo, melhor desenvolvido.
Por parte dos colaboradores, esses também sofrem porque não estão mais em um modelo de trabalho de “observação continua”:
“Quando o meu chefe estava aqui me observando a todo momento, eu tinha a sensação de um dever mais cumprido, do trabalho feito. Agora mais distantes, tenho sentido que minha produção não está boa”, fala de um colaborador, cuja identidade também será preservada.
Percebemos nessa fala uma certa angustia por parte do colaborador, onde o mesmo relaciona a presença física na empresa com a produtividade.
Neste momento, o mundo vive uma mudança nas relações de trabalho e só então percebemos o quanto a confiança é fundamental para uma construção mais produtiva e objetiva.
Vimos que as duas partes sofrem com a falta de confiança que não foi construída: o líder e o colaborador tem sintomas graves que impactam na empresa como um todo.
“Quando você tem confiança, pode ter muita diversão. E quando se diverte, você pode fazer coisas incríveis”
Joe Namath
Buscar um diferencial na abordagem com o cliente, ter ideias inovadoras sobre o produto, saber se adequar a essa situação que vivemos é muito importante. Porém, entender que precisamos construir uma relação significativa, de confiança, com o nosso time é fundamental para operacionalizarmos o trabalho em si.
É sempre tempo de construirmos juntos essa relação. Tenho trabalhado isso com as empresas que atuo e temos notado resultados incríveis por parte dos líderes e dos colaboradores.
A gestão de produção qualitativa é a ferramenta do momento. E se você ainda é aquele tipo de líder que acredita somente no resultado olhando para a quantidade de horas trabalhadas, você precisa, urgentemente, rever seus conceitos.
Vamos pensar sobre isso?
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Kalil é palestrante, pedagogo, empresário e especialista em Propósito e Felicidade no Trabalho. Em sua coluna aqui no portal escreve sobre propósito, gestão de pessoas, recursos humanos e motivação.
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