Em tempos de grandes incertezas e desafios emocionais, vamos conversar sobre a importância do conceito à prática de empatia, uma competência importante e atemporal. Nunca em todos os tempos fomos convocados a pensar no outro de maneira significativa. Nunca exigiram tanto de nós um desenvolvimento empático para as nossas relações. O nosso grande desafio é entender como podemos conceituar empatia e como podemos trazer essa prática para o nosso dia a dia.
Para começar, quero rapidamente diferenciar duas palavras que podem causar confusão em nosso entendimento sobre empatia que é: simpatia e empatia.
Em muitos casos, essas duas palavras são confundidas, mas é importante que saibamos que têm significados totalmente diferentes.
Simpatia tem relação com afinidade moral, com similitudes no sentir e no pensar e até mesmo atrações espontâneas; ela também pode estar ligada a ideia de formação de tribos, por exemplo: estilo musical, gostos de estilos de leitura.
Isso me faz simpatizar com um estilo ou até mesmo uma causa. Ser simpático tem relação direta a minha identificação sobre aquilo que falo ou vivencio.
A palavra empatia vem do grego EMPATHEIA que significa a conexão pelas emoções e sentimentos. Ela foi utilizada pela primeira vez no início do século XX por Theodor Lipps, um filósofo alemão que tinha o objetivo de experienciar em sua obra, a relação entre o artista e o espectador.
Já na ótica da Inteligência Emocional, empatia foi entendida como uma maneira de também relacionar emoção e sentimento, porém partindo de um referencial que é pessoal a ela, que seja ciente das próprias limitações e entenda o valor obtido para cada sensação e que encontre o verdadeiro valor das emoções e sentimentos.
Quando falamos de Inteligência Emocional e empatia estamos automaticamente falando de pessoas e suas construções inteligentes; e quando tratamos de referencial que é pessoal a ela, quero dizer que esse referencial tem a ver com a construção de moral e valores pertinentes a cada indivíduo.
Compreender o conceito de empatia é muito fácil, o grande desafio é entendermos como aplicamos e nos tornamos seres mais empáticos, de maneira prática, e conseguimos ajudar as pessoas que estão a nossa volta.
Podemos pensar na construção vivencial de empatia sobre três esferas:
Quando falamos de afetividade, estamos falando no respeito ao outro, as suas emoções e sentimentos. Desta forma, a esfera afetiva nos guiará a entender e compreender os estados emocionais do outro.
Em uma conversa por exemplo, é simplesmente eu conseguir compreender na fala do outro, os seus estados emocionais: angustias, medos, traumas, alegrias, tristezas, felicidades. E me esforçar para construir um entendimento de algo que seja visto por mim, que seja notado por mim, porém sob a ótica dele.
Nessa fase eu me coloco na situação de ouvinte, de observador, fico atento ao que está implícito e explicito na fala do outro. Eu vou construindo a minha ideia sobre o que está sendo dito, seguindo sua ótica.
Se na esfera afetiva o importante tem relação com o perceber, o compreender, por meio de observação sendo construída, na esfera cognitiva desenvolveremos a capacidade de deliberar sobre o assunto que está sendo tratado, porém ainda em relação ao sentimento do outro.
É muito comum que em qualquer processo de comunicação haja uma interlocução, um fala e depois escuta e o que escutou também fala e deve ser escutado.
Podemos destacar que em muitas vezes quem fala quer ouvir o que o outro achou, o que ele pensa. Em muitas vezes até cobra de nós uma resposta, um ponto de vista.
Neste caso quando vamos deliberar sobre o assunto, a minha fala tem que estar ligada ao que foi construído no passo anterior, atento a emoção e ao sentimento que foi demostrado durante a conversa.
Você já ouviu alguém dizer: “Nossa, mas eu falei tanto para ele fazer isso e ele não fez”, ou “Eu falei para ela ir e ela não foi”. Pois é, essa esfera de regulamentar as emoções tem relação com como lidamos com o que deliberamos para o outro.
Praticar empatia é eu construir uma ajuda, uma colaboração, um entendimento que tem relação com o outro e que não pode interferir na minha relação comigo mesmo.
Aqui entendemos que mesmo praticando as esferas de afetividade e cognição, a decisão de qualquer coisa sempre será do outro. Por mais que isso nos deixe inquieto ou insatisfeitos, precisamos lidar com isso.
O legal é refletirmos: “Por que a decisão do outro me deixou inquieto, insatisfeito ou triste” já que todo exercício foi construído e desenvolvido sobre a ótica dele?
Então: saber ouvir, saber escutar e respeitar a decisão do outro, seguindo seus estados emocionais, é algo que precisamos aprender todos os dias.
No próximo artigo, vamos continuar falando sobre empatia e refletir: “Quando a empatia pode ser tornar um problema? ”
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Kalil é palestrante, pedagogo, empresário e especialista em Propósito e Felicidade no Trabalho. Em sua coluna aqui no portal escreve sobre propósito, gestão de pessoas, recursos humanos e motivação.
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