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Quando a empatia pode ser tornar um problema?

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Certa vez me perguntaram: “Quando a empatia pode se tornar um problema?” e eu respondi: “Primeiramente é importante entender que sim, a empatia pode se tornar um grande problema dentro do processo de comunicação em uma empresa. E isso acontece quando líderes não estão preparados para desenvolvê-la. É muito importante que líderes e gestores compreendam o processo onde a empatia é aplicada e que ela seja construída de maneira positiva”.

Por Kalil Lucena

Quem nunca foi realizar um feedback com um colaborador ou até mesmo foi chamado para uma conversa, e teve que praticar a empatia durante a escutatória, e no momento da devolutiva percebeu que a sua fala não fez muito sentido para outro?

Isso é muito comum em conversas dentro das empresas.

Inúmeras vezes líderes me questionaram: “Mas o que eu devo fazer para que o meu colaborador entenda aquilo que estou falando?” ou até mesmo “Como posso ser mais claro com o meu colaborador, pois acabo me envolvendo muito com os fatos que são apresentados a mim?”.

Sabemos que praticar a empatia em nosso desenvolvimento de trabalho é fundamental para o alcance de resultados mais significativos além de melhor motivação e performance por parte do time como um todo.

Acontece que existem dois erros muito comuns que podem prejudicar o desenvolvimento de empatia nas comunicações. Vejamos:

“Em momentos críticos, os homens veem exatamente o que desejam ver”.

Spock – Star Trek

Durante uma conversa, inúmeros pontos de vistas são apresentados para nós: críticas, opiniões, modelo de vida, modo de trabalho etc. E isso muitas vezes passa por um filtro dentro da nossa construção moral e ética.

Nós enquanto líderes temos que, de certa forma nos desprender dos nossos conceitos já construídos e buscar entender o que está acontecendo com o outro, porém sob a ótica dele, buscando entender o que se passa na cabeça dele e por que tal situação tem um impacto tão grande para ele.

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A fala do Spot citada acima é exatamente um dos erros mais comuns que acontecem. Muitos de nós quando vamos conversar com alguém já levamos as nossas ideias pré-concebidas, já começamos a ouvir com as nossas opiniões formadas e logo estamos prontos para disparar resultados e conselhos. Isso é um grande problema para a construção de uma empatia positiva.

Não podemos ver aquilo que desejamos ver. Temos que nos esforçar para ver o que acontece de fato com o outro, observando na fala dele, no olhar dele, na postura dele, o quão importante aquilo é para ele e o quanto aquilo impacta, de maneira produtiva ou improdutiva, para ele.

Praticar a empatia é um exercício de desconstrução para nós líderes e gestores.

Quando falamos que empatia tem relação com: compreender a informação, partilhar sobre ela de maneira assertiva, deliberar resultados que façam sentido e lidar com os graus de resultados compreendidos pelo outro, buscamos entender a necessidade de nós líderes, termos inteligência emocional desenvolvida.

Ah mas por que você está chorando por isso?”, “Nossa, mas será que precisa dessa tempestade toda?”, “Será que é motivo para tudo isso?”, essas são algumas falas que ouvimos dentro das empresas, por líderes e gestores.

“A empatia é uma tentativa de nos encorajar a pensar com mais precisão e eficácia sobre a nossa relação com os termos morais”.

Paul Bloom

Se analisarmos todos esses pontos, vamos compreender que todo “esse julgamento” tem a ver com aquilo que é importante ou não para nós, dentro da nossa construção de identidade, cultura e moral.

Acontece que, a empatia tem relação com o outro, é sob a ótica dele e não a nossa. E quando deliberamos algo, apresentado por ele, dentro da nossa ideia do que é certo ou errado, nos afastamos da realidade do outro e comprometemos ainda mais a assertividade diante dessa ferramenta importante para a produtividade.

Outro ponto importante é: “Não confunda empatia com compaixão”.

Compaixão tem relação com o envolvimento de sentimento que se cria entre as duas pessoas em um processo de comunicação. Está mais ligada ao sofrer junto, ao compartilhar desse sofrimento, onde o líder, por exemplo, se envolve no drama, na dor, na angústia do outro, mas sem objetivo assertivo algum.

A empatia não é sobre sofrer com você e sim enxergar a situação apresentada por meio do seu olhar, entendendo o seu ponto de vista e me esforçando para te ajudar. Entrando no seu mundo de compreensão e não de sentimento e sofrimento.

Aqui estão dois pontos muito importantes para gestores e líderes desenvolverem empatia com seu time de trabalho e não fazerem dessa experiência um problema.

Exercite se observar nessas duas reflexões apresentas aqui: descontrua-se para conversar com os seus líderes, gestores e colaboradores, busque compreender seus dilemas, mas sob o olhar deles, o ponto de vista deles; não confunda tudo isso com dó, com pena, com compaixão e veja como, efetivamente, você pode contribuir para o crescimento pessoal e profissional dele.

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Kalil é palestrante, pedagogo, empresário e especialista em Propósito e Felicidade no Trabalho. Em sua coluna aqui no portal escreve sobre propósito, gestão de pessoas, recursos humanos e motivação.

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As opiniões aqui apresentadas são do colunista e não refletem necessariamente a opinião ou posição do portal Empreender no Mundo.

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